Fatores como regionalidade, impostos sob importados e datas comemorativas mantém uma alta constante no comércio de perfumes no Brasil.
O Brasil já esteve na liderança mundial de consumo de perfumes, e mantém-se como um dos maiores mercados desse nicho por anos à fio, concorrendo com números expressivos de países como Estados Unidos e China.
Sendo um mercado tão expressivo, as particularidades de regiões e culturas estão presentes na relação do consumidor definindo quais tipos de perfumes, marcas e canais de compra o consumidor brasileiro prefere.
Outro fator interessante sobre o consumo nacional de perfumaria é que o regionalismo e costumes se sobrepõem à fatores tratados como “lógicos” dentro da perfumaria, por exemplo: de que ser um país tropical implica na utilização de perfumes frescos cítricos. No Brasil os perfumes amadeirados são preferência masculina, com seus cheiros intensos, terrosos e de diferentes tipos de madeira fazem o consumidor conectar ideais de masculinidade atrelados à intensidade de tais fragrâncias. Já as mulheres, preferem os chamados popularmente de “perfumes doces” – junção das famílias oriental e gourmand, que utilizam especiarias e notas adocicadas em suas composições.
A lavanda no mercado internacional está principalmente em perfumes masculinos, mas no Brasil é ingrediente predominante em loções infantis e perfumes femininos, também indo na contramão do mercado global.
Na região nordeste, onde encontram-se algumas das maiores temperaturas do país, o consumidor prefere perfumes mais intensos e opulentos, que proporcionam maior fixação. Cerca de 90% da população nordestina é consumidora de perfumes, e com uma maior recompra, pois o calor faz com que essa população tome vários banhos por dia, assim o perfume pode ser reaplicado mais de uma vez.
A região Sul por sua vez registra um número expressivamente abaixo: somente 40% da população consome perfumes. Esse número se dá ao fato de as condições climáticas mais amenas proporcionarem maior durabilidade aos perfumes, portanto o consumo é mais lento e o consumidor demora mais tempo entre a aquisição de um frasco e outro.
Marcas nacionais inclusive dominam o mercado, o brasileiro prefere produtos desenvolvidos nacionalmente pois são adaptados à performance considerando clima e o valor atinge a opção por eles. Afinal, um perfume importado no Brasil pode chegar a ter 78,99% de seu valor final como imposto.
Fora do eixo do Sudeste, principalmente RJ-SP, o acesso à perfumes importados é limitado. Grandes lojas de perfumaria estão concentradas em São Paulo, e ao comprar pela internet um consumidor fora desse eixo pode enfrentar altas taxas de frete. Sendo esse fator decisivo para a opção por perfumes nacionais.
Outro grande fator que mantém o mercado de perfumes em uma alta constante no Brasil são as datas comemorativas e o hábito dos brasileiros em presentear. Momentos como Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, Natal, e promocionais como Black Friday deixam a população consumidora polvorosa para presentear, e, segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) os perfumes são o segundo item mais dados de presente em tais datas, perdendo apenas para roupas. Uma ótima oportunidade para varejistas e consultores de cosméticos.